terça-feira, 14 de setembro de 2010

Começar ou Recomeçar

Setembro é o mês de grandes desafios, é o palco em que se equacionam saberes já adquiridos e novas aprendizagens. Tem por cenário algumas interrogações, nervosismo, por vezes até lágrimas, mas também tem o sabor do reencontro, do rever caras amigas e de conhecer outras novas. Como em tudo tem sempre um lado mais salutar e outro mais complexo, do equilíbrio entre os dois resulta, por certo, crescimento, maturação... É essa espiral de desenvolvimento que cada criança tem para percorrer, alcançar, e é em prol disso a acção dos adultos que com ela interagem.
Setembro é, por execelência, o mês dos diálogos entre pais e filhos, da organização do quotidiano, dos horários, das regras, das rotinas, um conjunto de afazeres que organizam e tornam mais securizante o dia a dia das crianças.
Setembro é, por excelência, o mês do grande desafio da aprendizagem da linguagem escrita para quem inícia a escolaridade, o momento em que o desenvolvimento linguístico se interliga com a formalidade da aprendizagem; é o momento em que os grandes domínios linguisticos se evidenciam pela forma como se usa e adequa a linguagem, pela riqueza lexical e de construção e pela capacidade em reflectir sobre a mesma. A competência metalinguística, em particular a fonológica, vai ser determinante no aprender a ler e a escrever e no sucesso escolar futuro.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A aprendizagem da linguagem escrita

A aprendizagem formal da língua materna concretiza-se com a entrada na escolaridade obrigatória. A escola vai ser o palco de aprendizagens e simultaneamente de acção, por evidenciar um conjunto de aquisições até aí efectuadas. É um momento decisivo no crescimento linguístico das crianças.
O ensino leva à apropriação gradual de um código; as representações semânticas, dos objectos, das ideias são substituídas por representações fonológicas, em que as letras e as palavras ganham contornos cada vez mais legíveis, expressivos, convencionais.

Quando as dificuldades surgem... Dislexia?

O erro é uma constante inevitável na fase inicial de aprendizagem, pode ser entendido como pré requisito à obtenção de uma resposta correcta, uma construção no caminho da norma. É, no entanto, preocupante quando assume um carácter sistemático, dificuldade específica, interferente com a aprendizagem.

A identificação precoce, das dificuldades, é fundamental numa intervenção correctiva e formadora, a qual previne o desânimo, a desmotivação face a uma tarefa penosa, corroborante com um auto-conceito negativo.

(8 anos - disléxico)


(12 anos - não disléxico)

O trabalho específico com crianças com dificuldades na leitura e na escrita pressupõe uma intervenção contínua, individualizada que vai muito além das questões subjacentes à linguagem escrita, deve abarcar os aspectos psicológicos e ambientais, não olvidando os pedagógicos, em contexto sala de aula.

domingo, 18 de abril de 2010

Dislexia II - Sinais

A dislexia manifesta-se ao longo das várias etapas de aprendizagem da leitura, sendo possível detectar alguns indícios de perturbação linguística logo em idades precoces – crianças que em idade pré-escolar denotam alterações na área da linguagem:

- Alterações na articulação de palavras, com omissão, inversão e confusões de sílabas ou fonemas dentro da palavra;
- Fraca expressividade verbal, com vocabulário reduzido;
- Dificuldade em recontar sequencialmente uma história ouvida;
- Dificuldade em identificar os elementos constituintes das frases e das palavras.

A par destas dificuldades também se identificam alterações na área psicomotora:

- Indefinição na dominância lateral;
- Dificuldades na estruturação do esquema corporal;
- Tendência para escrever letras em espelho;
- Não interiorização dos princípios básicos da escrita, que esta se organiza da esquerda para a direita e de cima para baixo.

A presença destas características é sempre motivo de intervenção adequada que possibilite à criança um trabalho específico nestes domínios e assim prevenir maiores dificuldades futuras.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dislexia

Dislexia é a palavra de eleição para designar as dificuldades na leitura e na escrita, no entanto estas residem, muitas das vezes, noutras situações que importa excluir. São dificuldades independentes da dislexia:

- Défices cognitivos que se traduzem numa incapacidade geral para aprender;
- Compromisso sensorial com alterações nos órgãos da visão e da audição;
- Imaturidade, grau de desenvolvimento em particular o linguístico;
- Problemas emocionais graves como a angústia e depressão;
- Factores exógenos ligados à língua materna, ao ensino e às oportunidades de acesso ao meio escolar, às experiências literácitas e ao nível cultural.

Perante a exclusão destes factores como originários das dificuldades e a presença de um nível de leitura abaixo do apresentado pelos pares, com erros específicos, importa equacionar a dislexia como causa.

A dislexia é um distúrbio específico de linguagem de origem neurológica, manifestado num contínuo de leve a severo, o qual interfere com a aprendizagem da leitura, da escrita, da ortografia e da produção textual.
As dificuldades manifestam-se ao nível da descodificação de palavras, traduzidas em substituições, omissões, inversões de palavras, sílabas e fonemas, o que torna a leitura hiper analítica e lenta.

O aprender a ler fica comprometido pela não automatização da leitura e dificuldade no acesso à compreensão do lido. Ao longo do processo esse facto interfere com a velocidade leitora e não possibilita o ler para aprender.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Linguagem

A linguagem é por excelência um meio de desenvolvimento pessoal e social que engrandece ou limita o nosso mundo, uma porta aberta ao conhecimento...
Essa capacidade é adquirida no seio de uma comunidade linguística - língua materna, é influenciada pelas experiências linguísticas que os aprendentes vivenciam e mais tarde potencializada pela aprendizagem da língua, em meio escolar.
Pais e técnicos podem, devem contribuir para o desenvolvimento da linguagem enquanto meio de comunicação e organização do pensamento.

Sugestão de livro